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quarta-feira, 9 de junho de 2010

BATE BOCA E TROCA DE ACUSAÇÕES NA CÂMARA DOS VEREADORES

A temperatura na câmara municipal dos vereadores de Piracuruca subiu na noite desta terça-feira, 08/06/2010. Quem esteve na galeria da casa dos “Edis” piracuruquenses viram e ouviram um fantástico duelo de insultos e revelações inusitadas, promovidas no, talvez, mais eclético festival de lavagem de roupa da história do legislativo.

Toda a “peitica” começou quando os vereadores: Valter César de Brito (PTB), presidente da casa, e Francisco Damasceno (PCdoB), também conhecido popularmente como “Chiquin Merence”, apresentaram formalmente ao Conselho de Ética uma representação contra o também vereador João Alberto (PT), pedindo a cassação do seu mandato por acúmulo ilegal de cargos.

João Alberto acumula, ao mesmo tempo, o mandato de vereador; o cargo de supervisor estadual de ensino com gratificação; recebe como professor com dois turnos na rede municipal e, mais dois turnos como professor na rede estadual de ensino; e, ainda, sua esposa aluga ônibus que prestam serviços no transporte de estudantes do ensino público onde o próprio marido é gestor. Baseado nesses indícios, o pedido de cassação foi fundamentado.

Na sessão de ontem, diante do processo encaminhado, o vereador representado ao pronunciar-se sobre o assunto, qualificou a medida como uma perseguição pessoal contra um homem “honesto e descente” e, que a iniciativa partia de invejosos e frustrados.

Foi o estopim suficiente para o seu adversário, Valter César de Brito, disparar; mais que abrindo as cortinas de passados mortos e amordaçados, rasgando o verbo literalmente e qualificando João Alberto como um homem, em suas próprias palavras, "corrupto e venal"; e apresentando como prova ele próprio, que teria ele mesmo "comprado" o parlamentar ora acossado, por R$ 4.200,00 (quatro mil e duzentos reais) para votar em um candidato a deputado estadual da sua simpatia em eleições passadas, detalhando, inclusive, a liquidação da fatura em notas de cinqüenta reais; aquelas conhecidas como "onças" que acalmam muita gente; parafraseando o dito popular.

Segundo Valter, a transação teria se dado de uma mão para a outra e olho no olho. O nível, ao que se pode ver, bateu à lama, o regimento interno da casa levitou no espaço com a importância daquela folha que vaga pelas ruas; o "nobre colega" e o "vossa excelência" embrenharam-se nos guetos do engalfinhamento.

O final da noite, portanto, ao encerrar-se a sessão de ontem, estava escrita mais uma história que, certamente, quando for repetida no futuro custará muito a ser aceita como um fato crivado pela verdade e o reforço dos oculares testemunhas será chamado para confirmação. Mas no início da manhã de hoje, quarta-feira, 09/06/2010, ainda se viu desdobramentos da noite de fogo cerrado; e o que poderia ser apenas o dia seguinte ao cataclismo, ainda reservou mais um "round".

Foi a vez de o vereador João Alberto contra-atacar e enxaguar a lavagem, encaminhando ao seu rival, presidente da corte municipal, um ofício disparando afiadas ameaças, apontando atos ímprobos, e desafiando Valter César de Brito a explicar, segundo ele, a troca de apoio político por favorecimento pessoal e a familiares, e chamando o seu carrasco da noite anterior a pesar na balança o que cada um tem feito nos sombrios corredores da política.

Se as promessas se cumprirem outros processos darão mais volume às pilhas que as traças dão vistos nos tribunais; outras epopéias da trilogia ardil serão conhecidas; mais espectadores vão arregalar os olhos ante os porões politiqueiros em que o vil metal é a regra; e assim, quem sabe, saber-se-á até que ponto no pântano das imoralidades as semelhanças e as diferenças distam-se uma da outra.

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